sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Caça aos bruxos

A violação está na moda! Agora que chamei a sua atenção, vou esclarecer: não está na moda praticá-la, mas está na moda usá-la. Comecemos do início...

Antigamente existia a caça às bruxas, acusavam-se mulheres apenas pela palavra de que praticavam bruxaria. No fundo era o "disse que disse" mas, em vez de uns emojis zangados ou de uns comentários de (alegadamente tendo em conta o léxico e a complexidade gramatical usada) alguém que nem sequer frequentou uma creche, matavam-se logo as pessoas.
Mas bom, o que é bruxaria? Ninguém sabe ao certo, mas também não interessava, eram "bruxas" e tinham de morrer. Morriam sem julgamento ou, para provarem que não eram bruxas tinham de se atirar de um precipício e não morrer com a queda ou sobreviver ao fogo caso fossem queimadas vivas sem sequer terem sido untadas com molho de barbecue! Enfim, velhos e maus tempos que, tal como os Crocs, ficaram no passado e não queremos que regressem. Certo?

Pensávamos nós! Porque essas más e velhas manias regressaram para nos assombrar, só que com outra roupagem... Porém, agora não se caçam bruxas, mas sim bruxos. Só que os bruxos nem sequer fazem bruxaria, fazem cenas que se inserem na categoria do "tudo o que as mulheres não querem". (Sim, adivinharam, o júri, desta vez, e por vingança, é composto por mulheres!) As mulheres refilam com os homens porque eles não fazem o que elas querem, e eles refilam com elas porque elas se enervam com eles porque eles não fazem o que elas querem. (Ok, ok... sei no que estão a pensar, não são todas assim, é verdade, mas correspondem sensivelmente a 99,9% dos casos, portanto, é como se fossem.) Ora, no fundo, o problema está em fazer ou não fazer coisas que não se sabe muito bem o que são porque os homens não fazem a mínima ideia do que as mulheres querem ou não! Trata-se, portanto, de uma espécie bruxaria. Com o pequeno pormenor de que o bruxo não faz a mínima ideia do que está a fazer e nem sequer sabe que está a embruxar! Mas será mesmo isso? Ou será porque não estamos a falar de bruxaria? Como quando uma mulher enquanto se corta diz "olha o que me estás a obrigar a fazer": estará o homem a fazer bruxaria? Ou, pior, quando uma mulher foi seduzida e levada de livre e espontânea vontade a fazer uma coisa horrível como amor, e dias depois percebe que foi embruxada. Porquê? Não interessa, está psicologicamente afetada porque foi embruxada. Mas que provas tem do bruxedo? Não interessa, porque podem nem sequer haver provas! Mas tem mesmo a certeza que foi embruxada? Claro que tem, porque foi algo que dias depois ela entendeu que não foi feito como queria. E nisto, nestas condições, a nossa justiça que não deveria ser regida pela Inquisição, decide levianamente prender o bruxo e acusá-lo de bruxaria! E logo com prisão preventiva, porque não vá ele voltar a embruxar alguém, mesmo que não existam quaisquer provas físicas e sem sequer se ouvir o acusado porque ele pode embruxar o próprio juiz! Achamos isto bem? Eh pá, já sabíamos que as mulheres podem ser um bocado psicopatas mas isto é aterrador e medonho porque, pode ser chocante para alguns, mas não existem bruxos nem bruxaria!

E isto tudo porquê? Porque recentemente têm surgido notícias que à partida são esquisitas, não porque são cabeças de cartaz da CMTV mas porque sim. Ora leiam-nas comigo: coisas como uma namorada processar o próprio namorado, que por acaso é famoso sem (ligar o gerador de ironia) «o objetivo de o querer extorquir ou...» (já podemos desligar) raparigas que marcam um encontro com desconhecidos pelas redes sociais para irem para o quarto e (ligar o gerador de ironia) «acusarem-nos de violação» (já podemos desligar).
Bem, vamos lá ver uma coisa, as relações não são feitiços, são contratos de confiança. E se eu tenho de pagar uma indeminização ao meu fornecedor de internet só porque me apetece cancelá-la porque em vez de 1 Gb só tenho 999 Mbs, porque é que um contrato verbal de base sexual pode ser unilateralmente e levianamente cancelado, sem contrapartidas e com direito a processo judicial por parte de quem o cancela? Todos entendemos que se fossem crianças, como ainda não sabem o que é, nem têm de saber para já, daí a pedofilia ser crime, seria diferente. Mas são adultos, bolas! Se não souberem que "convidar para ir para o quarto" ou "vamos beber e divertirmo-nos" significa "truca-truca", então simplesmente são ignorantes e burros! Não é bruxaria, é estupidez! E tendo em conta que a maioria das pessoas só aprende que uma pedra pode provocar quedas se tropeçar numa, então das duas uma: considerem que a primeira violação não é, de todo, violação; ou então, considerem-na como a primeira "lesão" do desporto radical que praticam que são as relações com espontaneidade e aventura!

Deixem os bruxos em paz! Até porque eles não existem! E se acreditam nisso, então vocês é que não fazem a mínima ideia do que fizeram, fazem e querem fazer! Entendido? (E já agora pergunto-me: onde é que estão aqueles que costumam dizer "vive e deixa viver"? Porque é isso que me apetece dizer neste momento!)

sábado, 4 de setembro de 2021

O que (não) fazer na cama

Comecemos por dizer que as únicas coisas que estão autorizadas por lei e por bom-senso a poderem (e deverem) fazer-se na cama é: dormir e sexo. Mais nada! Então porque é que estou tão revoltado com este tema? Bem...

Para certas pessoas a cama é uma filial de um parque de campismo, porque tudo e mais alguma coisa com que sonham fazem na dita cuja, desde ler, ver televisão, comer, debater, trabalhar, sentar, usá-la como ringue de treino de boxe e karaté, como praticável para treinos para os mundiais de ginástica, como mesa de bilhar, entre outras coisas tão parvas que nem um cão selvagem com raiva e paralisia cerebral se lembraria.
Meus amigos, não se esqueçam que a casa tem outras divisões com cadeiras e sofás e sanitas e pias e lavatórios e mesas e chão e paredes e secretárias e computadores e televisões e frigoríficos, ok? Se quiserem ler, leiam na sala, se não se importarem de não incomodarem quem quer dormir. Se quiserem ver televisão vejam no sofá da sala! Se quiserem debater, debatam na cozinha! Se quiserem trabalhar, façam-no no escritório! Estão a entender onde quero chegar, não estão? Porque se continuarmos com esta palhaçada, para onde é que a vossa vida caminha? O que vos restará fazer? Comprar um fogão da Campingaz e cozinhar na cama? Comprar fraldas e fazer as necessidades na cama? Eh pá, nem quem é tetraplégico ou acamado vive na cama, e até tem mais independência do que quem o faz! Usem-na só para o que devem usar, se não der muito trabalho (porque certamente não dará) pode ser? Não deixem as outras divisões com uma crise de ciúmes nem @s voss@s companheir@s com vontade de vos abater com o candeeiro de mesa! Santo Deus!

PS: o mesmo se aplica aos sofás! O sofá serve única e exclusivamente para nos sentarmos, e não para dormirmos ou hibernarmos! Se quiserem dormir, vão para cama! As regras são simples, ou preciso de chamar o Gervásio para vos as explicar??