quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Atestados de robustez

Imagine o caro leitor, que deseja candidatar-se a um cargo, que exige provas em como de facto está apto para o trabalho. Ora bem, essas "provas" designam-se de "atestados de robustez física e psíquica". E depois?

Bom, se estivéssemos no século XIX ou XX, eu compreenderia que aquilo que se exige fizesse sentido. Por exemplo, convém garantir que o trabalhador - vulgo escravo nesta altura - não tem peste negra. Ou se quiser trabalhar num MacDonald's não convém que tenha escorbuto. Mas, em pleno século XXI, exigem uma radiografia ao peito. Mas para quê senhores? Da última vez que consultei o almanaque, não vi referências à tuberculose. Tudo bem, que na época pré-proibição-de-fumar-em-espaços-públicos-fechados era necessário ter pulmões de cristal para aguentar as nuvens piroclásticas, que certos animais sem consideração pelo outro, e claramente adeptos da revolução industrial, emanavam. Porque sim, nessa altura trabalhar nessas condições, ser fumador passivo, era pior que ser mineiro. As pessoas tinham mais cinza nos pulmões que um cidadão de Pompeia. Mas hoje em dia não! Então porquê isto meus amigos? Temos de nos actualizar!
Eu vejo que o atestado também tem uma componente "psíquica". Onde estão então os exames para garantir que as pessoas não estão possuídas? Ou que uma mulher não é bruxa? (tosse) Joana Marques Vidal (tosse). [Para evitar processos, atenção, apenas digo que se ela fizesse castings para uma bruxa da Disney, ficava de certeza!]

Termino expressando o meu profundo desagrado com a extinção dos sanatórios. Quer dizer, andam aqui os médicos a tentar diagnosticar tuberculose e afins, e o governo fecha os únicos centro de alta tecnologia capazes de tratar esta patologia? Enfim...

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