quinta-feira, 4 de julho de 2019

A Abominação d'O Macaco Bêbedo (que) foi à Ópera

Mas que raio é isto?? Pois, exatamente, foi precisamente o que eu pensei... Bom, começarei pelo início: trata-se de um novo (diga-se) livro, de um tal senhor Afonso Cruz que escreve sobre como o álcool revolucionou toda a evolução do Homem... Eu sei, eu sei, parecem antíteses atrás de antíteses, e... realmente são!

Sugiro que antes de prosseguir, o leitor prove um pouco da dita cuja obra, a qual está disponível aqui.

Já leu? Agora entende que para além do Sr. Afonso Cruz ser produtor de cerveja - e como é mais que óbvio, adorar tudo o que diga respeito a álcool - também terá escrito a sua maravilhosa teoria com uma taxa de alcoolemia constante de 3g/l... no mínimo!
Bom, como não sou crítico literário, não vou remexer no lamaçal textual do senhor, até porque receio ter um ataque epiléptico por ter de reler e parafrasear tamanha barbárie, que diga-se de passagem, foi dos textos mais grotescos que li até então! E porquê? Bom, imagine o caro leitor que o Sr. Afonso considera que o odor a álcool é sinal de açúcar em abundância, pelo que os animais se sentem atraídos pelo mesmo! Caro amigo, os únicos animais que gostam do cheiro a álcool, que é definição de "podridão", são as nossas amigas moscas, que por acaso também adoram o cheiro a merda! É óbvio que ambos os odores estão relacionados, porque estamos a falar de coisas putrefactas, ou seja, que NÃO SE DEVEM INGERIR porque na melhor das hipóteses, levam ao vómito, e na pior, ao falecimento. É precisamente isso que o meu cérebro de indivíduo abstémio me grita de cada vez que cheiro álcool, daí, não o beber.
Mas se o objetivo é inventar uma teoria grotesca, incientífica e altamente improvável para explicar a invenção do álcool, então eu dou-lhe uma Sr. Afonso: certo dia, um caçador-coletor viu-se preso no meio de uma glaciação, assustado e com fome, dirigiu-se à despensa, mas as suas reservas de fruta apodreceram; como não queria morrer à fome, olhe, lá teve de consumir aquela porcaria; mais tarde notou também que nenhum animal perigoso se aproximava da sua gruta, dado o tamanho odor; assim, tornou-se padrão para todos os Neandertais terem pequenas reserva de fruta podre nas suas grutas just in case, a quais gozavam de elevados prazos de validade, dado já estarem estragadas! Hein? É uma teoria bonita (e bem melhor que a sua), não?

Numa nota mais séria, vamos se calhar apontar a agulha das teorias para o simples facto de, tal como as comidas salgadas, fumadas, secas ou os doces, o álcool ter sido inventado por necessidade de conservar líquido. Imagine-se o que seria fazer viagens de meses com água em pipas (a qual criaria colónias intergaláticas de germes) ou água do mar... era complicado... portanto, sendo que o vinho ou a cerveja se conservam durante anos, porque não usar bebidas alcoólicas em expedições? Era portanto por necessidade, senhores! Nada mais que isso, lamento dizer, mas o álcool foi inventado como um mal menor, para evitar o falecimento, tal como a porcaria das rações dos astronautas ou dos militares!

É óbvio que nos dias que correm, com a alta tecnologia que as embalagens e as latas nos trouxeram em termos de conservação, o álcool só faz sentido em ambiente hospitalar, tal como as monarquias, mas isso, já é outra conversa...

PS: o dito cujo texto do Sr. Afonso, ainda refere que as mamas das senhoras são "rabos frontais", não fosse o homem fartar-se de ver as mulheres de frente. (Juro que fiz facepalm por 5 minutos seguidos... Agora aguardo que o leitor deixe de ficar chocado...) Aiiii... meu Deus... rogai por todas as almas que tiverem de ler este livro...

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