domingo, 28 de março de 2021

Chef Lubomiro

Se é verdade que todo o inferno precisa de um diabo, todos sabemos, porém, será que todo o negócio bem-sucedido precisa de um selvagem malcriado como chefe?

Antes demais, perdão, não é "chefe" mas sim "chef". Ok, admito, ouvir alguém semear mais asneiras do que um dente-de-leão num dia de vento é engraçado, dá-lhe uma certa personalidade. Porém, quando isso acontece regularmente talvez não seja agradável, tal como quando uma criança passa o dia a dizer "cocó". Imaginem o fascínio que as mulheres têm pelos "bad boys", a emoção que eles lhes trazem às suas vidas monótonas, a possibilidade de participarem nalguns crimes e tal... isso é bonito em teoria, o problema é quando essa emoção se manifesta sobre a forma de violência doméstica ou crimes passionais! É o que acontece com o Sr. Lubomiro, ter uma converseta de 5 minutos com ele até deve ser emocionante, talvez seja preciso um bocadito de álcool para ajudar mas, até deve ser... agora, tê-lo como patrão... hmm... se calhar é melhor não. E porquê?
Ora bem, num mundo em que ter fruta fresca gratuita no escritório e horários flexíveis é a nova norma, regressar às fábricas do Henry Ford ou à construtora civil dos faraós pode não ser uma experiência que quem não é masoquista goste. Ah, mas o homem é muito talentoso e cozinha muito bem e mesmo sendo assim dava tudo para aprender com ele... Eh pá, isso foi o que as fundadoras do #MeToo diziam! Será que os fins justificam os meios? Pensem bem: se os animais ficam com um sabor pior por ficarem stressados, imaginem o que acontecerá à comida quando alguém que parece o Valentim Loureiro fundido com um arrumador do Porto numa sala de chuto cozinham! Será que realmente iremos aprender algo com o Sr. Lubomiro? Sim, aprenderemos tudo aquilo que um chefe (e chef) não deve fazer!
Ah e tal, mas ele é sexista e não sei quê. Não, não... se queremos falar de estereótipos não culpem os machões latinos até porque o Sr. Lubomiro não é latino. Culpem o pessoal do Leste e a sua atitude de Máfia de Leste, pronto!

sábado, 20 de março de 2021

Trabalho doméstico

Recentemente, um desgraçado foi condenado a pagar 60 mil euros à ex-companheira por trabalho doméstico! Ora bem, por onde começar?

Bem, comecemos pela definição: "trabalho doméstico". Eu pergunto: mas o que raio é isto???
Eu, como indivíduo que habita sozinho numa casa e não necessita de empregada doméstica, volto a perguntar: dá assim taaaaanto trabalho fazer "tarefas" domésticas que seja necessário passar a designá-las de "trabalho"? Aliás, nunca entendi o pináculo da preguiça que é ter empregada doméstica ou mordomo ou governanta. Mesmo sendo milionário ou rei, acho que nunca contrataria tal coisa! Será que estamos a falar de deficientes ou de pessoas que têm mais idiossincrasias do que a Elizabeth II? Até ela, de certeza que toma banho sozinha e limpa o seu rabo, e com certeza que não se paga a si mesma um salário por tais coisas! Até porque ser "rainha" não é profissão... mas isso já são outras histórias...

Agora vamos ao 2º ponto: que mensagem estará o tribunal a dar? Fiquei na dúvida se tenho de me pagar um salário por me fazer certas tarefas? Ou se quando fico alojado temporariamente na casa dos meus pais se terei de lhes pagar as despesas ao preço médio de uma pensão de 3 estrelas? Ou se um casal deve fundar uma empresa e sempre que exista assimetria em termos de divisão de tarefas alguém tenha de transferir parte das suas ações para o outro numa reunião de emergência do board? E quem será o CEO e o COO?? Mas o que andaram os juízes (ou, cheira-me, juízas!) a fumarem? Estará o capitalismo assim tão instaurado que agora as famílias passam a ser empresas e os casamentos, que por acaso já eram contratos, passam a ter cláusulas de rescisão? Bom, se é assim então o casamento tem de definir quais os dias de férias que os membros do casal terão enquanto estiverem empregados na sua própria casa a realizar o "árduo" "trabalho" doméstico! Reparem: "empregados na sua própria casa"... bem poderia ser uma metáfora jocosa mas, não é, foi o que o supremo considerou... E, reparem de novo: foi o Supremo Tribunal de Justiça e não o Tribunali de Femilionis da Ti Maria!

Vamos lá ver uma coisa, antes que as mulheres comecem a processar os maridos a torto e a direito: cuidar de uma casa dá tanto trabalho como limpar o rabo com papel higiénico ou ir ao cabeleireiro. Agora, temos de ter em atenção uma coisa: se por acaso as mulheres forem mais exigentes, e se levam a coisa a sério e limpam, lavam e arrumam todo o centímetro quadrado da desgraçada da casa fazendo concorrência a uma qualquer empresa de limpeza de cenários CSI, isso já não é problema dos homens! Os homens fazem o mínimo necessário para manter a casa minimamente habitável e desfrutarem da vida, e por se recusarem a entrar numa espiral viciante de limpezas não significa que não queiram participar na empreitada, porque o trabalho delas pode ser manter a casa pronta a participar no concurso do "espelho meu existe alguma casa mais bela e limpa do que a minha?", já o deles normalmente é "só limpo se estiver sujo, catano!".

Daí que, tendo isto tudo em conta, é um bocadito... como é que se diz... parvo... esta coisa de uma ex-companheira processar o ex-marido por trabalhar na sua própria casa, não é? Enfim...
Bom, agora tenho de ir fazer o árduo e velhaco trabalho de cozinhar durante uns longos e terríveis 15 minutos e depois tenho de continuar o árduo trabalho de ingerir comida e depois tenho de colocar a loiça na máquina de lavar a loiça... ah... bolas, tenho de lhe pagar o salário porque lavar a loiça, meu deus... não gostava mesmo nada de ser uma máquina de lavar a loiça.. só espero que ela não me processe até lá... que isto agora com os movimentos woke dá nisto...
Tenham mas é juízo, pá!