domingo, 27 de outubro de 2013

As cartas do Pedro - À descoberta da cidade

Caro amigo,

Desde que vim para a cidade que percebo perfeitamente o que Pedro Álvares Cabral sentiu quando chegou ao Brasil: é maior, há favelas e há mais pretos do que na aldeia. Realmente a grande capital tem muita coisa diferente. 

Olha, os autocarros têm tanta gente, que entrar num, parece um processo de fecundação. Ok, sempre é mais confortável que andar num carro de bois ou do que no tractor do meu tio. Mas, por outro lado, na aldeia a única criatura feia que costumo ver são couves podres, já nos autocarros, 50% das pessoas que vejo, parece que moram lá ou que têm o seu escritório e WC no lugar de deficientes do mesmo.
Reparei também no facto da cidade ser como um parque de diversões, pois há ruas temáticas! Olha, ontem passei por uma e juro por Deus que era o Iraque! Tinha de tudo, desde prédios metralhados, a ruas bombardeadas e até eléctricos abandonados mas que incrivelmente se moviam com pessoas lá dentro a que chamavam de "passageiros". Pensei por momentos: mas será que estou nalgum estúdio de cinema? "Não é uma zona histórica!" respondeu alegremente uma turista radical, que incrivelmente conseguiu ouvir os meus pensamentos.
Na cidade, foi a primeira vez que vi pessoas com metais e quadros no corpo. Parece que chamam a isso de "piercings" e "tatuagens". Bom, quanto aos piercings, na minha terra também havia, era uma festa sempre que um trolha pisava numa tábua com pregos! Tatuagens, só conhecia o "Amor de Mãe" ou "Morre MPLA!!", e fiquei muito impressionado por ver palavras em chinês e Klingon, realmente há muitas nacionalidades na capital. Mas, no entanto fiquei muito chocado por ver velhotas tatuadas! Sim, como é possível que as tatuagens não envelheçam também?? Serão como a Lisa dos Simpsons que continua a ter 8 anos de idade ao fim de 20 anos?

Despeço-me então com votos citadinos de feiura, poluição e qualidade de vida ISO-merda!

Abraço,
Pedro

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