quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Entregador de panfletos

Até há pouco tempo, pensava que entregar panfletos era coisa de dona de casa: basta meter o tapete na janela, sacudir, e deixar os outros apanharem com ácaros, pêlos púbicos e bedum chispiano humano. Mas não! É mesmo uma arte!

Pois é, no outro dia vi uma dupla de ciganos a fazer a performance de entrega de panfletos, que depois mais tarde vim a saber que eram pós-pagos... mas isso não interessa. No inicio, pensei tratarem-se de artistas do Cirque du Soleil, pois a rotação do pulso descrevendo uns perfeitos 181,9º, que parecia uma mistura de gesticulação gay com abdominais de bailarina contraídos por uma overdose de Dulcolax, remeteram o meu pensamento para teatro do século XV. Mas não, estavam apenas a entregar "cenas". Bom, então, não é preciso tanto espectáculo não é? Porque assim meus amigos, eu no futuro, quando for a uma feira da ladra, fico à espera de declamações poéticas em vez de pregões pavaroteanos e bulheanos de merda, que são capazes de curar temporariamente a surdez e envergonhar a própria claque dos super dragões.

Portanto, tudo bem, podem tentar vender coisas que ninguém quer...mas, não é preciso gastar dinheiro em coreógrafos! Eu sei que a classe artística portuguesa não está pelo melhor, e ter indivíduos a tentar roubar-lhes protagonismo, também não ajuda...

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