sábado, 30 de junho de 2018

A Arte de Bem (Mal) Receber

Pensei duas vezes: será que deveria escrever este artigo em inglês para americano perceber? Mas depois de refletir um pouco, percebi que de qualquer das maneiras não iriam entender.. Portanto, esta mensagem na língua de Camões é para americanos.. e quiçá para ciganos..

Ora então, o nosso Marcelo lá foi conhecer o "cabeça de coco" Trump. E que dizer? O que dizer da hospitalidade americana? Imagine o caro leitor, que é convidado para jantar na casa de alguém. Chega ao destino, e sentam-no numa cadeira para descansar, qual bebé num berço.
- Então, está tudo bem consig...?
As primeiras palavras fluem, mas logo são interrompidas por.. vamos dizer... pela sogra do anfitrião.
- Sabe onde estão as minhas cuecas?
- Como? - Pergunta o anfitrião.
- Aquelas que você usa para cobrir o seu carro no verão!
(Calma lá, ele apenas tem um Smart!)
E depois entra a mulher, e a cunhada, e a tia e mais sabe-se lá quem, e instala-se uma confusão tal, que comparativamente, faz o mercado do Bolhão um sítio zen!
Passadas longas e longas horas, lá se lembram de si para o jantar! E durante o mesmo, os problemas familiares continuam. Estou aqui..........! Quem..........?

Ora bem, é óbvio que isto não acontece numa casa portuguesa, com certeza! Porquê? Porque nós somos bem educados e sabemos receber! Vamos então ao momento educativo...
Para quem não é português (ou ainda não sabe), quando recebemos uma visita na nossa casa, devemos tratá-la como se do rei (para os monárquicos) ou da rainha (para os gays) ou do presidente (para os porreiros) se tratasse! Devemos oferecer-lhe aperitivos e/ou bebidas, devemos servir-lhe a comida e, se não for estranho, empurrar-lhe o baloiço se por acaso quiser descontrair no jardim!
Portanto, o que fazer quando um presidente recebe os jornalistas a meio da visita de outro presidente à sua casa? Falar de assuntos internos do seu país, claro está! Mas bom, isto já seria de esperar, ou não estivéssemos perante uma anta que na infância cumprimentava as águias que defecavam na sua herdade com um tiro de caçadeira. Porque nem todos os americanos são assim, certo? Claro que... são... Os jornalistas americanos, que tinham todo o tempo do mundo, inclusive o resto do dia para questionar o seu governante sobre o que quer que fosse, decidiram, naqueles minutinhos... naqueles 10 minutinhos de acesso a um presidente inteligente, fazer perguntas de merda ao seu orc de estimação, ignorando imbecilmente um presidente de um estado aliado. Nem uma perguntinha da praxe como "O que é Protrugal?" ou "Em que parte da América Latina fica o seu país?" ou "Está a gostar da sua visita?".
Enfim...

Daí que, temos pena mas... cada um tem mesmo a merda que merece! Se fosse ao Marcelo, quando o Trump cá viesse, a agenda deveria ter um momento de jogging matinal, uma tertúlia literária de obras exclusivamente portuguesas, e um mini-campeonato de Xadrez... só para ele se sentir em casa!!

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