Ora, parece que estou de volta às críticas musicais... apesar de se contarem pelos dedos as que já fiz... mas adiante..
Esta música é particularmente enervante, pois é o expoente máximo da melancolia lusitana. Mas, para quem ainda não conhece, ou quer ter o desprazer de recordar, aqui fica a dita cuja, que se chama: "Olá, então como vais?" (Exato, pelo nome, já se adivinha o que aí vem...)
Bom, por onde começar? De onde terá vindo a inspiração, não é? Quando tentamos explicar a um estrangeiro que nunca se deve dirigir a um português com expressões do tipo "What's up?" (Tudo bem?) ou "How are you?" (Como estás?).. é a pensar nesta precisa situação! E porquê? Porque ao contrário do esperado (que seria uma resposta também ela retórica)... quem pergunta, é socado com um queixume que nem o melhor psicólogo do mundo, com doutoramento em psiquiatria e paciência de preguiça com cio, conseguiria resistir... e que consiste em revelar todos os problemas que aconteceram até então. (Ironicamente as conversas de elevador com um tuga, continuam a ser conversas de elevador!) E esta música, é precisamente o retrato desta situação.. A inspiração, terá sido uma das muitas conversas de ocasião que o autor terá tido....
Ora bem, e qual o problema disto? Bom, o problema é que... as pessoas estão a marimbar-se para a porra dos problemas alheios! Já basta o Eminem para queixumes.. cada música dele foi um problema qualquer, e ninguém quer saber! Santo deus!
De notar a exacerbada melancolia lusitana nesta canção, e em como um simples problema se transforma num sofrimento tal, que rivaliza com o próprio Holocausto! A mulher apenas partiu! Não é necessário bater no ceguinho que ainda vê! Deixa-a ir... Isso acontece a... todos? E depois, dizer isso ao som daquela balada tenebrosa com dupla entoação pessimista, é como levar um grupo de apoio contra a depressão a um concerto do Rufus Wainwright... Bom, eu quero acreditar que esta música faz parte do baú da vergonha, e como tal, nunca poderá ser single nem ser reeditada.. e mais, quando pedirem para a cantar, a única coisa sã que se espera do cantor, é que alegue já não se lembra dela! Enfim, quando estiverem à procura de inspirações, mais vale recorrerem à droga ou à bebida, tal como a Amy Winehouse, do que basearem-se numa conversa de rua da treta, pode ser? É só um conselho...
Já que estamos numa de sugestões, proponho fazer uma canção sobre o trânsito, ou sobre a chuva no verão, ou sobre canções com inspiração em coisas corriqueiras... como ouvir uma canção com inspiração em coisas corriqueiras:
(Tentar ler com a mesma entoação do refrão da dita cuja)
E por aqui, ficamos...
Então, o que foi?
Olhe, anda por aí uma canção
Tão triste e corriqueira em vão
Que quando vou à padeira, confesso-me
(Olhe, é que...)
Só me dá vontade de cozer cação!
Só que não tenho água quente
E portanto pensei, numa solução:
Porque não?
Porque não fazer esta canção?
Ahh...! Vou mas é dormir!
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