Bom, comecemos então pelo início...
Era uma vez, um vírus pseudo-mortal que decidiu reproduzir-se e viajar pelo mundo.
Para tudo! Um vírus a viajar pelo mundo? Como é tal possível? Surfou nas nuvens?
É possível com recurso aos humanos!
Então os humanos, que gostam de andar de um lado para o outro, a viajarem de avião várias vezes por ano (ou quiçá, por mês, ou por semana!) a poluírem o planeta, e muitos deles redimindo-se comendo ração de coelho, são os grandes culpados pela pandemia (e também pelo aquecimento global)? Sim!
Então isso significa que mal a pandemia foi detetada no "cú do mundo", todos e quaisquer viagens de lá para cá foram suspensas? Ou pelo menos, quem veio de lá, foi vigiado?
Não! E assim se manteve por alguns meses... até o vírus estar em todo o mundo... até as nossas vidas serem fechadas... E este, foi o primeiro grande fail!
E também significa que a poluição no mundo diminuiu? Sim! Bom, pelo menos, nem tudo foi mau!
E com isto, os países fecharam as portas! Como? Surgiram ditaduras temporárias!
Não digo que não seja interessante experienciar o que os nossos avós e pais sentiram durante o Estado Novo, mas, quando tal imposição e restrição das nossas liberdades não tem fim à vista, começa a ser um bocado assustador! É como se costuma dizer: os políticos ganharam-lhe o gosto, e agora, não querem outra coisa!
E mais: passaram a usar a "ditadura pela nossa saúde" para várias coisas, entre elas, a mais parva até ao momento: uma desculpa para o ressurgimento da escravatura. É verdade que cumprir serviço militar obrigatório é algo que está na nossa constituição, mas também é verdade que só se compreende se o nosso país entrasse em guerra e literalmente tudo parasse. Claro que preferia combater o exército do Hitler do que ficar a ver o Programm von Kristina! Contudo, não estamos a falar disso, mas sim de proporcionar mão de obra gratuita, como: carregar caixotes ou vigiar estradas. Mas está tudo parvo?????? Permitam-me um desabafo que o Zé do Pipo irá dramatizar:
(Ahhh... já tinha saudades destes senhores..)
Terei mesmo coragem de dizer a um idoso condecorado da 2ª Guerra Mundial que servirei orgulhosamente o meu país carregando caixotes e transportando pessoas com febre para o hospital?? Nem a porra de uma guerra de jeito sabem inventar!
Caros senhores do governo: querem voluntários que sirvam o nosso país? Pois muito bem: eu, voluntario-me para ser um soldado da imunidade de grupo! Dêem-me a minha liberdade de volta, a que tenho direito (eu sei que é muito tempo em ditadura, e já não nos lembramos, mas, a democracia é assim!), e deixem-me escolher entre ficar em reclusão em casa com o medo do senhor vírus, ou eventualmente ser infetado e passar a ser a primeira linha de defesa para todos vós! Isto sim, é que deveria ser considerado um verdadeiro ato heróico!
É simples: quem quer arriscar, arrisca, porque deve ter essa liberdade (assumindo a responsabilidade, obviamente, de não entupir os hospitais e de ficar em casa a curar-se: esse é o caminho do herói!); quem se quiser proteger, protege-se, continuando no seu estado de emergência. E então, quem pertencer ao grupo de risco e quiser arriscar? Bom, tendo em conta que o suicídio é crime, acho que estaremos cobertos!
Atualização: este era eu, ingénuo, numa altura em que pensava que todos eram responsáveis o suficiente para conseguirmos conter a pandemia, mas parece que não, há idiotas que continuam a achar que só acontece aos outros, adoecem, e depois vão entupir os hospitais e colocá-los em catástrofe. Enfim, muito mudou, para refletir aqui.
#quarentena_democrática
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