Sempre que me sento numa plateia, num comboio, num autocarro que possuí assentos com braços, acontece uma digladiação entre os meus cotovelos e os do indivíduo que se senta ao meu lado. Para piorar, não existe nenhum guia de orientação sobre esta matéria, e os fabricantes insistem em construir apenas 1 braço por 2 cadeiras, que estão encostadas como uma pseudo-cama-de-casal num quarto twin. Está portanto dada a partida para a maratona da lana-caprina. Mas então, quem tem direito ao espaço e como deve ser usado?
- o primeiro a chegar ganha! - é o que acontece na maior parte das vezes, mas era também a justificação de Hitler para a maior parte das asneiras que fez...
- o mais corpulento tem direito a usar...? - hmm, tendo em conta que foi forreta e não comprou 2 bilhetes e se calhar devia, deve sofrer pelos seus crimes, já para não dizer que ele pode usar a sua própria banha como apoio acolchoado
- o mais irrequieto ou o mais calmo deve ser o eleito? - talvez o mais calminho deva ser o condecorado, contudo se for um cadáver e não se mexer ao fim de 2 horas, teremos de anular esta decisão; isto porque, o oposto, ter um hamster ao lado, que está sempre a mexer os braços é uma coisa muito mas muito irritante, e estaria constantemente a dar cotoveladas
- partilhar? - o quê??? mas que..? bom, talvez seja boa ideia sim, colocar o cotovelo de um mais a cima e o do outro mais abaixo, é possível... no entanto impraticável, se tivermos de conviver com braços da grossura de um pilar da ponte 25 de Abril...
- os polvos são os escolhidos - infelizmente esta é a realidade, aqueles à vontadões que limpam o rabo à carta dos direitos humanos e usam o manuais de boas maneiras como guardanapos, usam e abusam... o apoio é só deles, e, como um polvo que gosta de explorar, vão mais além e expandem a sua massa corporal até ao espaço dos outros; estes sim, mereciam ser atacados pela artilharia fecal de cada um de nós, mas tal coisa, faria da nossa pessoa um terrorista intestinal, coisa que não queremos.