CarlosaxCritical Sketches - 10 anos!

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domingo, 29 de agosto de 2021

Guia para não se tornar num assassino de ciclistas

Tendo em conta que ultimamente têm ocorrido muitos assassinatos, alegadamente inadvertidos, de ciclistas, deixo aqui um guia para aqueles que não ambicionam tornarem-se num. O que têm de fazer, então?

  1. Considere uma bicicleta como um veículo (porque é-o!): esta é a regra básica, se vir uma bicicleta faça de conta que é uma moto ou um carro de bois, isto implica que se estiver na estrada e não a conseguir ultrapassar, não a poderá abalroar nem esborrachar como se fosse um rato selvagem.
  2. Não ultrapasse outros veículos se do lado de lá circular uma bicicleta em sentido contrário: acredito que não tente ultrapassar outros carros se do lado de lá circularem outros carros em sentido contrário, pois não? Porquê? Porque muito possivelmente vai bater com o seu focinho no do outro condutor! Pois bem, apesar de confiar na sua visão de falcão e a matemática dizer que possivelmente conseguirá ultrapassar rentinho a ela, tenha em atenção que não só é uma contraordenação fazê-lo, como também se arrisca a provocar o falecimento do desgraçado do ciclista que irá falecer com um susto de morte (literalmente!). Se, por acaso, não se importar com vidas humanas, tenha em conta que uma bicicleta de 10 Kgs normalmente estragará muito mais o seu veículo do que apenas a pintura, pense nisso!
  3. Ultrapasse as bicicletas apenas se for permitido e se conseguir deixar uma margem de 1,5 metros: ok, esta é a "conversa" que está no Código da Estrada, mas o que implica isto? Lembra-se da regra 1? Considerar uma bicicleta como um veículo? Pois bem, se ultrapassar uma moto não o fará com apenas 10 centímetros de margem, pois não? Passa para a outra via tal como se fosse um carro. Pois bem, com as bicicletas é a mesma coisa! E porquê? Bem, porque se não deixar margem pode provocar o falecimento do ciclista ou, se não se importar com vidas humanas, pode riscar a pintura do seu carro porque os guiadores das bicicletas normalmente têm pontas um pouco afiadas!
  4. Se tiver de ceder passagem num sítio e nesse sítio circular uma bicicleta, tem de lhe ceder passagem: eu até ia colocar aqui uma dedução filosófica mas penso não ser necessário, visto que é uma inferência da regra 1. Sim, se uma bicicleta circular numa rotunda, se vier da direita ou se vir um stop, tem de lhe ceder passagem. Porquê? Porque se não o fizer pode provocar o falecimento do ciclista, nada demais, portanto.
  5. Se uma bicicleta estiver a ocupar toda a via é porque necessita: outra vez, partindo da regra 1, se uma bicicleta necessitar de virar à esquerda, possivelmente vai-se encostar à esquerda da via, faz sentido, certo? Se não for virar, mas estiver no meio da via, tente primeiro perceber o comportamento estranho do ciclista:
    1. a via tem uma berma? se tiver, lembre-se de que uma bicicleta não é obrigada, e está proibida por lei, a circular na berma
    2. existem detritos na parte direita da via? tenha noção de que se passar em cima de um buraco, o pior que lhe pode acontecer é assustar-se porque a suspensão do seu carro resolve-lhe o problema, no entanto, se uma bicicleta passar em cima de um buraco é provável que, na melhor das hipóteses, o ciclista vá direto para o hospital (ou à morgue!). Dito isto, é compreensível o medo de morte (literalmente!) que os ciclistas têm de buracos e pedras e areias nas vias, e também é compreensível que se tentem desviar dos mesmos, mesmo que para isso dificultem que sejam ultrapassados. Portanto, aguarde um bocadinho ou, se tiver mesmo de se queixar, queixe-se à Estradas de Portugal.
    3. 2 ciclistas estão a circular aos pares? eu sei, é um bocado estranho e chato, parece uma edição desportivo-romântica do filme do Titanic, mas está previsto no Código desde que não prejudique o trânsito e, afinal de contas, considerando a regra 1, faça de conta que é um carro e ultrapasse-os como se fosse um! Ainda assim, se as bicicletas estiverem a prejudicar o trânsito, vão notar (porque os carros ouvem-se a 2 Kms de distância, não necessita portanto de apitar a informá-los da situação) e vão desviar-se facilitando-lhe a ultrapassagem!
  6. Considere que em qualquer estrada nacional ou municipal pode encontrar bicicletas (ou carros de bois, ou caminheiros, ou zombies, ou animais selvagens, ou extraterrestres, ou tratores, ou cavalos, ou rebanhos, ou aviões, ou helicópteros, ou módulos da Estação Espacial Internacional, ou qualquer merda!): nas estradas podemos encontrar literalmente de tudo, portanto tenha isso em consideração na próxima vez que fizer uma curva apertada sem visibilidade a alta velocidade e se acha que tudo correrá bem! Se sim, convido-o a jogar em todos os concursos do Euromilhões. Quem sabe, pode mesmo ficar bilionário!
  7. Respeite as indicações do ciclista: normalmente o ciclista informa quais as suas intenções, a não ser que esteja a circular depressa (porque se ficasse só com 1 mão no guiador poderia implicar uma candidatura ao Circo Chen) e irá dizer-lhe se pretende mudar de direção ou se tiver de se desviar de algum objeto ou se não deseja ser ultrapassado. Portanto, se lhe disser para não ultrapassar, é porque sabe que do lado de lá, apesar de não se ver, vem um veículo que lhe irá bater se o fizer, salvando-lhe a vida, ou que vai fazer um desvio de emergência para evitar algum acidente; se o mandar cagar, possivelmente vai provocar o seu (dele) falecimento ou o seu (próprio) falecimento!
  8. Não tenha inveja das violações do Código efetuadas pelos ciclistas: há muitos condutores ressabiados porque veem os ciclistas passar vermelhos, andarem nas passadeiras ou nos passeios, ou circularem nas bermas. Bem, em primeiro lugar, tenha em conta que os sentidos dos ciclistas são muito mais apurados do que os dos condutores, conseguem ver e ouvir em 360º, portanto se eles passam vermelhos estão a cometer uma contraordenação (até aí é verdade) tão grave como um peão passar na passadeira com o sinal vermelho numa rua deserta (e tudo, porque não são parvos, entende?), ou seja, se o fazem é porque acham seguro fazê-lo, não matam ninguém, nem morrem por isso. Em segundo lugar, se realmente tem assim tanta inveja, então é simples: compre uma bicicleta e torne-se também num ciclista!!
  9. Se for peão, não circule nas ciclovias: do mesmo modo que não se veem criancinhas a brincar no meio da N1 ou pessoas a passear o cão no meio da VCI, também não se deviam ver pessoas a passear em vias destinadas a velocípedes! Porquê? Porque se é verdade que sempre que uma bicicleta embate num peão o atropelado ser o peão, na realidade quem vai para o hospital é o ciclista, porque a bicicleta atira-o sempre com a cabeça para o cimento e o peão só fica com 1 simples nódoa negra! Portanto senhor peão, já sabe, só no xadrez é que pode circular onde não deve! Caso contrário, tal como os condutores, também pode provocar o falecimento de ciclistas!

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

O nosso organismo é estúpido!

É chocante, mas tenho cá uma impressão de que o nosso organismo é estúpido! E porquê? Ora bem, por várias razões...

  • Ficamos doentes com cadáveres de vírus e bactérias: as vacinas não são mais do que cadáveres de bicharocos que se metem para dentro do organismo. Imaginem a situação em que uma aldeia que costuma ser atacada por vikings acorda com vários cadáveres de vikings nas ruas, e a população fica assustada e dá o alarme, arma-se e tenta combater os cadáveres que, obviamente, só respondem com gazes de decomposição ou esguichos de sangue. Ora, isto seria estúpido, não seria? Se estão mortos, para quê tanta exaltação? É o mesmo que acontece com o nosso organismo quando é injetado com vacinas, logo, é meio parvo, certo?
  • Muitas vezes a cura coloca-nos mais em perigo do que a doença: para quem não sabe, coisas como a febre ou a tosse com catarro são provocadas pelas próprias forças armadas do nosso organismo, e não pelos invasores. A febre basicamente é um grito de guerra dos operadores da fornalha que sobem a temperatura para tentarem cozinhar os invasores, o problema é que se esta brincadeira durar muito podemos ser nós a ficarmos cozinhados! E o catarro é uma decisão (estúpida) dos operadores de manutenção que fecham as comportas e inundam-nas na esperança de afogarem os invasores, ora, a parte parva é que se for demais podemo-nos afogar com o nosso próprio catarro! Isto tudo no fundo é como abandonar uma cidade e queimá-la para o inimigo não ficar com ela, o problema é que só temos essa cidade, pá! Vão viver para onde? Para o campo?? Portanto, estes mecanismos parvos de cura são um botão de autodestruição, e tê-lo dentro de nós também é meio parvo, certo?
  • Grande parte da nossa digestão é outsourcing: é incrível mas a única coisa que a nossa fábrica de digestão faz é dissolver a comida em ácido dentro de uma máquina de lavar, o que só digere uma pequena parte dos alimentos. O resto, é feito por um exército de operários fabris que literalmente trabalham na merda, ou melhor, fazem merda, ou melhor, não fazem "merda" porque trabalham bem mas fazem fezes. Essas bactérias contratadas em regime de outsourcing operam nos intestinos e digerem o que nós não conseguimos digerir, são pagas com pedaços de alimentos, elas dão-nos as suas fezes que, tal como o mel (que é vómito de abelha) é considerada comida por nós, peidam-se, e depois nós peidamos todos os peidos delas. Ora, até aqui já é um bocado parvo, mas a parte mesmo mesmo parva disto tudo é: porque raio o nosso corpo faz outsourcing da indústria da digestão??