Ahhh.. Cá estamos nós naquilo que as pessoas consideram de "paraíso". Imaginem só: ilha "paradisíaca", palmeiras, areia limpinha, águas cristalinas e calmas, calor, tranquilidade... Isso mesmo, continuem a imaginar. Mas calma, ainda há mais: mosquitos, pisar em picos de palmeira, tubarões, viver em casas construídas pelo primeiro nível d'Os Três Porquinhos - sabem, aquela casota de palhuça que foi derrubada à primeira pelo bafo do lobo mau - casas essas que não têm janelas nem isolamento e permitem a entrada de formigas que nos mordiscam o corpo durante o sono e claro, mosquitos, ah, já os tinha referido. Mas vamos voltar atrás, àquela ferida provocada pelo pico de palmeira, infetou e, como os ambientes quentes e húmidos são um festim para bactérias e vírus, lá está, apanhamos uma doença que não sabemos o nome, vamos ao hospital que é uma cubata onde está um curandeiro, não homem, era um médico não um curandeiro, mas é o que há, e ficamos ainda pior. E depois vem uma tempestade explosiva, daquelas chuvadas que duram minutos mas são suficientes para nos lixar o dia. E aquele calor constante, sempre aquela temperatura de merda que está no limite de nos drenar o suor, sempre, sempre a transpirar, seja de dia ou de noite, sempre a mesma merda. Ups, esquecemo-nos que não fomos feitos para isto, protetor solar e óculos de sol, pois é. E assim se vive no tal de "paraíso".
Pois bem, vou-vos falar de outro paraíso. Imaginem um sítio todo branquinho, calmo, "paradisíaco", muito frio mas estamos protegidos com roupa quente, portanto não há problema. Não há um único mosquito a chatear, não há doença que sobreviva nesse ambiente gélido, e vivemos num iglô, o terceiro nível d'Os Três Porquinhos - sabem, aquela casota que o lobo mau não conseguiu deitar abaixo - é super isolada, lá dentro até faz calor, até podemos acender uma fogueira. Os animais? Talvez o fofinho urso polar ou aquela raposa branca gira, não fazem mal nenhum. Se houver tempestades, é de flocos de neve, uii, que violência, é como levar chapadas com almofadas de penas. E aquele frio constante que podemos regular com mais ou menos roupa ou aquecimento e não chateia? E assim, sim, se vive no verdadeiro paraíso! Façam de conta que nuvens afinal são neve, e voilà, é esse mesmo!
