CarlosaxCritical Sketches - 10 anos!

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Reveja as 7 temporadas e as Rapidinhas da primeira série portuguesa de animação online

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Lar doce lar... com rodas!

Antes fossem auto-caravanas! Mas não. Estou a falar de veículos normais... Sim, do carro do dia-a-dia que levamos para o trabalho. Que, para alguns, é uma autêntica casa (com rodas)!

Há quem diga que os olhos são o espelho da alma. Para mim, certamente que o carro é o espelho da personalidade, tal como acontece com as identidades online. As agências de espionagem que estejam atentas, pois poderão aprender algo com isto. O leitor nunca passou por aquele episódio em que adiciona no Skype ou no Facebook um amigo, que canta no coro do Colégio do Não Sei Quê e parece da juventude popular... mas, que tem como imagem de perfil um crânio preto e a sua palavra de inspiração é "Anarquia!"? E depois logo percebe que afinal poderá estar perante um serial killer adormecido descendente do Che Guevara? Pois bem, com os carros é a mesma coisa, apesar de não ter nada a ver.

Eventualmente desculpo os emigrantes franceses, que por esta altura nos visitam com os carros mais apinhados que os dos traficantes de armas, e nos fazem sentir como condutores exímios face à condução demolition derby francesa. Contudo, não vamos ficar convencidos, porque no nosso quotidiano há muita coisa estranha.
Comecemos pelo cliché feminino, que, não é o ser "azelha", mas sim o conduzir como uma embriagada, porque... fartam-se de retocar a maquilhagem e o cabelo! Depois, temos os descontras domingueiros que parece que estão sentados no sofá a ver um grande jogo de futebol, quando na realidade estão a conduzir! A única coisa que falta é a bejeca! (Que certamente já foi ingerida previamente, daí, aquela situação.) Outros aproveitam para tomar a sua refeição, que nalguns casos chega a ser auto-consumo gourmet sustentado, pois aproveitam para limpar o nariz, quais pica-bois-de-bico-vermelho (com o pormenor que no caso do reino animal, é mais estiloso e menos nojento). Finalmente, temos os telefonistas, que devem falar de tudo, menos do possível acidente que estão prestes a ter.

Ora, vamos lá ver uma coisa: mas que merda de modos de conduzir são estes? Só falta tomar banho e defecar no carro! Não nos vamos esquecer, que um carro é um sítio público... logo, é visto por toda a gente! Portanto meus amigos, na vossa casa até podem andar vestidos à tribo dos homens elefante, mas no vosso carro tenham lá cuidado, por amor da santa!

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Preconceito

Ora aqui está uma palavra que merece ser dissecada (apenas, para analisar o seu verdadeiro significado... nada de matar uma palavra indefesa!): preconceito.

Pegando nos ensinamentos do mestre Gustavo Santos, preconceito, é uma palavra constituída por "pre" e "conceito". Ou seja, é um conceito, previamente criado, a partir de experiências ou ensinamentos passados, sobre algo. Daí que, quando alguém diz "és tão preconceituoso" está literalmente a dizer "és tão culto". É portanto um grande elogio. O que acha do nhonhonhuno que mais ninguém conhece? Bom, eu, como sou muito preconceituoso em relação a esse ser, acho que o nhonhonhuno é mal educado e cheira mal! E portanto, os exploradores do National Geographic, quando se depararem com este animal desconhecido, já saberão que devem usar máscaras de proteção e não o devem chatear. E tudo, graças a um teórico, que teve a oportunidade de o conhecer e de formar um preconceito sobre o dito cujo. E no caso dos animais selvagens, acreditem, as primeiras impressões são as que contam!
Portanto, fará algum sentido considerar o preconceito como o grande bandalho do século XXI?

Bom, uma coisa tenho a certeza: se os humanos não fossem preconceituosos, já estavam extintos há muito! Porquê? Imagine o leitor que está em plena 2ª Guerra Mundial. É judeu francês, e vê um soldado nazi a vir na sua direção. Ora, se for - como a maioria das pessoas - preconceituoso, foge, e desta forma evita um futuro certo de falecimento. Por outro lado, se for "boa pessoa", vai passar férias a um campo de concentração. Mais simples, está a caminhar na rua, de noite, e depara-se com um grupo de indivíduos com ar de bandalho. Ora, tendo ouvido as lendas ancestrais transmitidas pelos avós, não é preciso nunca ter sido assaltado, para saber que se calhar o melhor é fugir ou evitar tal grupo. Se calhar eram só amantes do tunning ou jogadores de futebol, mas, mais vale prevenir! E assim, acabei de salvar 2 vidas com estes exemplos em que fui muito preconceituoso! De nada, não precisam agradecer...

Meus amigos, não vamos ser hipócritas. Se por experiência ou lenda, sabemos que um indivíduo com ar de bandalho, provavelmente é bandalho, uma mulher com ar de prostituta, possivelmente é uma colmeia de SIDA, ou um grupo de ciganos a tomar banho numa fonte pública, possivelmente é um grupo de ciganos a fazer algo que não é socialmente aceite, então é porque provavelmente estamos certos. Mas então, onde está o verdadeiro o mal nisto tudo?
Tirando a cadeira ao Bloco de Esquerda, vou exigir que se deixe de discriminar a palavra "preconceito"! Porque o problema não está aí. O problema está em ser "bandalho"! Uma coisa é pacificamente alguém prever que existe uma probabilidade de 1% em encontrar fezes numa piscina frequentada por ciganos, ficando portanto prevenido para tal situação... Outra é alguém dar uma carga de porrada a todos os ciganos que vê à frente, só porque sim. Enquanto que a primeira dá-nos a oportunidade de sermos surpreendidos pela positiva, porque possivelmente é algo que não vai acontecer, embora possa... A segunda, deve-se simplesmente ao facto de termos tido como tutores, professores nazis ou o Quintino Aires, que fez de nós péssimos humanos. Portanto, a frase de luta não deve ser "não seja preconceituoso" mas sim "não seja bandalho com quem ainda não conhece".

(Para aprender a ser melhor pessoa, consulte um nobel da paz perto de si ou, e sendo preconceituoso, quem educou aqueles que não têm cadastro.)