CarlosaxCritical Sketches - 10 anos!

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sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Taxas e taxinhas

Ao iniciar o novo ano, deparamo-nos com uma boa notícia: o grupo responsável e confiável da eletricidade, anuncia que esta irá baixar 0.2%.. E logo de seguida, a EDP noticia que subirá os seus preços para 2,5%, porque o mercado blá blá blá... apesar dos outros analisarem o mercado e terem determinado que deveria baixar... Enfim, deixo esta análise para os economistas internados em hospícios..
Hoje, vou explorar as diversas taxas e pseudo-impostos estúpidos que temos por aí..

  • Imposto Especial de Consumo de Eletricidade (integrado na subcategoria de imposto sobre os produtos petrolíferos): é o que vemos todos os meses nas nossas faturas da luz. E eu a pensar que se a energia viesse de fontes renováveis não se pagavam cenas de "produtos petrolíferos"! Eu tenho uma ideia: porque não colocar na fatura da água, este mesmo imposto aplicado à cobrança dos esgotos? Sim, porque gás metano, que sai de nós sob a forma de "traque", também é um produto petrolífero... Não seria mais justo aplicar este imposto à percentagem de eletricidade que não vem de fontes renováveis, senhores? Pensem nisso!
  • Imposto de Selo: esta é a desculpa para pagar algo mais, sem se saber muito bem o que é. Mas porquê? Ah.. é de selo! Mas pagam-se os carimbos ou os selos?  Bom, supostamente paga-se pelo ato, pelo "incómodo" causado ao Estado. O problema é que normalmente paga-se em par, ou seja, aquando de outros impostos. É o mesmo que pagar pelo estacionamento, e depois portagem à saída... E mesmo que fosse único, tenho de vos lembrar que o cidadão comum já paga os impostos normais, pelo acesso gratuito a todos os serviços públicos ditos normais a que tem direito? Fará sentido?
  • Duplo IMI: Imagine o leitor que comprou e vendeu uma casa num determinado ano. Na altura de pagar o imposto do IMI, o que seria de esperar seria pagar o número de dias da casa A da qual foi dono, e o número de dias da casa B enquanto novo proprietário, certo? Errado, porque, seguindo a lógica feudal da Idade Média, na qual as nossas finanças se baseiam, paga por inteiro o IMI das duas! Ora, tendo em conta que a casa A foi vendida a outro desgraçado, e a B comprada a outro contribuinte-morto-vivo, o Estado irá receber nesse ano, 2 IMIs pela casa A e outros 2 pela B. Na minha terra, chama-se a isto de banditismo, polvilhado com um bocadinho de bandalhismo!
  • Imposto de tratamento de resíduos urbanos (cobrado na fatura da água): para além dos esgotos, também tem de se pagar pelo "lixo", e tudo através da água! Bom, a contribuição audio-visual da eletricidade, ainda se percebe: para ouvir rádio ou ver televisão, é necessária energia, ainda que seja a termo fixo. Agora, para produzir lixo, estar indexado ao consumo da água, é simplesmente de outro mundo! Estarão à espera que as pessoas defequem no lixo e assim pensem em escapar à despesa gerada pelos autoclismos? Santo Deus! Talvez este imposto devesse ser implícito e integrado no IMI? Hein?
  • IVA aplicado a outros impostos: palavras para quê? Este é o pináculo dos impostos. Pagar imposto sobre imposto. A ironia, é que quando é aplicado sob o imposto de selo, temos uma conta-equação que só um contabilista com doutoramento em matemática consegue resolver, pois trata-se de imposto sobre imposto sobre imposto.. É pura arte contabilística! Não bastaria ter impostos nus? Ou teme-se que a sua sensualidade incendeie as faturas? Bom, percebe-se, talvez seja mesmo disso...

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

O top 5 dos ciclo-enervamentos

Como ciclista, como piloto de bicicletas, como cavaleiro de rodas.. enfim, como indivíduo que anda de bicicleta, há imensas coisas que me enervam... Deixo-vos com a lista de algumas...
  • Condutores que pensam que uma bicicleta é um triciclo: para começar, uma bicicleta é equiparada a um veículo, e circular na berma, é um favor que um ciclista faz aos demais condutores para não lhes prejudicar a viagem! E portanto, o que esperamos deles, é que devolvam o favor, e não nos assassinem.. se não for muito incómodo.. Daí que, convém que as ultrapassagens sejam feitas com alguma distância de segurança.. preferencialmente maior do que um dedo mindinho... e deve-se ter muito cuidado ao mudar de vias ou ao circular em rotundas atentando aos sinais dos ciclistas e não esquecendo o pisca. Eu sei que é chato esperar, mas se tiver de ser, convém fazê-lo, para que a bicicleta não se espete no carro como se de um mero mosquito se tratasse!
  • Ciclistas ultra-apaixonados: que têm de andar sempre... sempre... sempre aos parzinhos! Só lhes falta darem a mão.. e navegarem num bonito passeio lado-a-lado! Não sei quem foi o deficiente mental que sugeriu esta alteração no código da estrada, mas para além de entupir as estradas de uma forma estúpida, chega mesmo ao cúmulo de haverem parzinhos em ciclovias, onde à rasca passam 1 bicicleta e uma trotinete ao mesmo tempo! Já os índios diziam: meus amigos, façam fila, e deixem passar, pode ser?
  • Ciclistas sem bicicleta: sim é possível, e mais comum do que se possa imaginar. Quantas pessoas acha o leitor que costumo ver a circularem na boa.. ou a correrem no meio da ciclovia? Pois bem, muitas.. tantas.. que antes estavam no grupo de "malucos que não sabem o que significa um sinal com uma bicicleta" e agora criaram o grupo de "ciclistas sem bicicleta". Porque só pode! Quem anda com tanta confiança numa ciclovia sem bicicleta, só pode ser um ciclista! Resta saber se também existirã automobilistas sem carro.. vivos.. 
  • Ciclo-quê?: bom, para quem não sabe, quando uma ciclovia... sim, uma via única e exclusivamente dedicada à circulação de bicicletas... atravessa uma estrada, quem tem prioridade é a bicicleta, senhores! Vejam lá, que até quando os passeios atravessam estradas, por meio de passadeiras, também os peões têm prioridade! Pois, com os ciclistas é igual! Ai, é? É sim!
  • Ciclistas ultra-profissionais: mas afinal a Volta a Portugal faz-se pelas nacionais ou pelas ciclovias? Portanto, um ciclista ultra-profissional, ao ver uma mera ciclovia para a populaça ao lado, vai optar por circular na estrada, claro está! Meu animal, para além da ciclovia ser melhor, porque não só é reservada e exclusiva a bicicletas, como também está devidamente alcatroada ou cimentada (sem chatice de paralelos nem sujidade na berma),.. ainda podes apanhar uma multa porque estás a infringir o código da estrada. Mas quem pensam que são? Só quando ganharem o Tour de France é que podem fazer tal coisa!
  • (Bons escuteiros: eu sei, eu sei... Às vezes as pessoas queixam-se que os ciclistas não param nas passadeiras e afins, mas, a bicicleta acaba por ser quase como um comboio. Iniciar a marcha pode ser um desafio, nomeadamente numa subida, e principalmente, se tal não for previamente planeado. Daí que agradece-se às pessoas que facilitem um pouco e não nos obriguem a parar.. É como mandar parar um foguetão a meio do percurso Terra-Lua, a fim de deixar passar aviões porque estes têm prioridade.. faz-se, mas.. é chato! Desculpem e facilitem! Obrigado!)

domingo, 10 de dezembro de 2017

Campismo

Campismo? Ahh... O que dizer? Para quê? Porquê? Onde? Com o quê? Enfim... Tantas perguntas, para as quais já sabemos as respostas: não!

Antes de começar, vamos considerar que estou a referir-me única e exclusivamente à escolha, de livre e espontânea vontade, em ir acampar. É óbvio, que se cairmos de avião ou naufragarmos, ou se formos militares numa missão qualquer no meio do mato, não teremos outra opção que não passarmos pelo campo de férias do Bear Grylls... Agora, a grande admiração está, em realmente querer dormitar, na rua!

A humanidade evoluiu imenso. Antes, éramos babuínos e vivíamos em árvores, depois passámos a neandertais e mudámo-nos para cavernas, que os colegas da Remax Ugabuga arranjavam... Até que começámos a construir as nossas próprias casas, que têm de tudo, desde casas de banho até quartos de roupa, que deliciam as princesas do Reino do Nada! Com todas estas comodidades - e seguindo algumas idiotices como chamar a trabalho escravo e feudal da apanha da uva de "turismo" - surgiu uma nova... digamos... "experiência turística", chamada de campismo. Ora bem, antes fosse, querer experienciar o que os neandertais passaram. No meio da pradaria, a caçar animais selvagens, a tentar ensinar leões e ursos a falar, enfim, a sobreviver. Mas não, trata-se de ir viver para o meio do mato... que no fundo é um jardim, e que fica num parque, no meio da civilização! Portanto, dormimos na rua, mas, estamos a 100m do café e da casa de banho... Meus amigos, isto é o mesmo que dormir na casota do cão em busca de uma experiência National Geographic... ou andar de Skechers e dizer que fazemos montanhismo... ou fazer escala no aeroporto de Varsóvia e dizer que visitámos a Polónia... Alias, não é nada o mesmo, porque é tão estúpido que nem consigo arranjar metáforas de jeito! Mas que merda é esta? Quem é que inventou o campismo? Ainda que se viaje com a casa às costas, com uma rulote, consigo perceber, agora viver dentro de uma casa de tecido, no meio de outros refugiados, no meio de uma cidade, e dizer que o objetivo é ter uma "experiência com a natureza"... é... estúpido!

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Carta de Amultor

Que bom que é receber uma carta de amor! Ahhhh.... E que desbom que é receber uma de amultor? Uma carta de multa! Pois é, as multas por correspondência, parece que estão na moda...

Querido condutor, gostaria de o informar que o meu radar tem-o na mira. Ficou apaixonado depois de há 1 ano, o ter fitado a circular num belo processo de excesso de velocidade. Dessa forma, gostaria de o convidar a pagar 60 € românticos para que ele se esqueça de si, pois já é comprometido. Despeço-me com saudades, o seu guarda amigo!
Tivéssemos nós, condutores, o prazer de receber uma coisa do género na caixa do correio! Mas não, em vez disso recebemos um texto altamente despersonalizado, possivelmente escrito por um vidente que reside numa psiquiatria, cheio de SEs e acompanhado por uma listagem das 500 leis de código da estrada que eventualmente infringimos. Se for infração grave ou muito grave, pode ter sanção acessória. Se tiver sanção acessória, pode ser suspensa. Se for suspensa, fica em ini... Mas esta gente pensa que toda a gente sabe descodificar o código Da Vinci? Não seria mais fácil, dizerem-nos claramente o que nos espera, do que obrigarem-nos a contratar um advogado especialista em Harry Potter para conseguirmos decifrar o quebra-cabeças? Santo Deus!
Mas como tudo isto começou? Bom... Imaginem um polícia sentado no seu sofá, a ver carros a passar... Apetece-lhe inventar multas.. E depois, passado mais de meio ano, pumba! Os condutores são surpreendidos! Ora, vamos considerar apenas o publico masculino para esta análise. Já é impossível lembrarmo-nos da data do casamento ou daquele pormenor que enervou a mulher que ocorreu à milhares de anos e cuja história já esquecemos.. Qual será a probabilidade de nos lembrar-mos de algo, que nem sequer ficou registado porque não tivemos noção de que se tratava de uma infração, pois se fizéssemos, nem sequer a cometeríamos? Bom ok, se um polícia diz, é porque será verdade.. mas vamos assumir que não é. Podemos defender-nos sim senhor! Contudo, temos de arranjar testemunhas, ou que não conhecemos, ou que estarão na mesma situação que nós..
- Lembras-te de há um ano atrás, quando passei naquele sítio que não sei onde era e nem me lembro do que andava a fazer? Parece que apanhei uma multa! Queres ser minha testemunha? 
- Mas quem é você?
Enfim!

Portanto, senhores polícias.. Tenham menos preguiça, e passem a multa imediatamente no local, nem que isso implique uma perseguição à policial dos anos 80.. Porque estar tanto tempo a pensar que se conduz bem, e de repente descobrir que afinal não, não é algo que ninguém deseje.. Imaginem se o Hitler apanhasse multas a tempo, se calhar não haveria 2ª guerra mundial! Porém, se ele tivesse conduzido em Portugal, só agora é que as estaria a receber...