As vezes, ingerir um simples repasto num simples refeitório, pode ser uma experiência única. E não o digo no sentido de "montanha russa" mas sim no de "ir de férias para o Vietname em 1960". Bom, o leitor certamente reparou que falei em "simples refeitório" e não em "restaurante". Foi propositado, pois acredito que isto só acontece em locais onde se despende pouco. E é precisamente esse o problema, as pessoas pensam que por pagarem pouco, podem de repente transformar-se em bichos que normalmente só aparecem no BBC Vida Selvagem.
Ora, imagine então que o leitor dirige-se calmamente para o local onde se quer sentar. Logo aí, vê várias coisas que lhe desagradam. O chão, o banco e a mesa estão completamente badalhocos. E não se tratam de simples migalhas, que até a rainha de Inglaterra no decorrer do seu lanche aristocrata produz. São bocados de comida! Arroz, batatas, ervilhas, e às vezes bifes inteiros. E eu penso: santo deus, mas quem é que esteve aqui a comer? O Diabo da Tasmânia dos Looney Tunes? Não, porque se assim fosse não me importaria. Foi alguém que certamente leva o conceito de jantar com todos os membros da família, onde se incluem gatos e cães, muito a sério.
Posteriormente, e depois de ter tomado um Lorazepam e de estar confortavelmente sentado num banco almofadado com palha, depara-se com outro problema. Apesar da passagem atrás de si ter mais de 1,5 metros, é constantemente torturado por quem ali passa. Desde mulheres que trazem sacos de batata tiracolo, e que pensam que as costas que aparecem pela frente são reboquinhos de trator; passando por soldados que vestem casacos de tecido chicoto-romano e que nos tratam como se fossemos Cristo; e claro, por rolhas humanas que não percebem que quando no aeroporto entopem o detetor de metais, é sinal que têm de emagrecer e não podem frequentar todo e qualquer local.
Portanto meus amigos Neandertais que almejam um dia serem humanos Sapiens, aqui ficam os meus conselhos: 1) numa sociedade humana não existem abutres, portanto uga-buga humano arrumar a sua carcaça de caça! Senão outro humano ficar chateado e ter autorização para partir o teu crânio! 2) humano preocupar-se com outro humano, não podendo incomodá-lo como se fosse um touro cagador ou um dentes-de-sabre carraceiro, porque senão ter autorização para partir teu crânio!
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