Imagine uma cidade composta por milhentas freguesias contíguas.. Imagine que cada uma tem a sua festa... Imagine que a festa da cada uma acontece num fim-de-semana de quatro dias, não coincidente com mais nenhuma... Imagine agora que vive numa destas terriolas...
Pois é, tal como existem astrónomos para estudar as estrelas, também deveriam existir festónomos para estudar estas festas exacerbadas, que de estranho e fascinante tudo têm. A terra de que vos falo é de uma qualquer freguesia do grande Porto. O número de festas é tão grande tão grande, que a metáfora de "existem mais estrelas no céu que grãos de areia na Terra" deveria ser promovida para "existem mais festas no Porto que grãos de areia na Terra e estrelas no céu". Todos os fins-de-semana há uma festa qualquer num sítio qualquer! E a dita cuja segue sempre o mesmo programa: alvorada com fogueteiro, qualquer coisa pelo meio, fogo de artifício à noite, qualquer coisa pelo meio, e mais uns 2 ou 3 rebentamentos lá para terça-feira à meia-noite. Este último é que nunca percebi a razão da sua existência, mas enfim, já aconteceu a toda a gente, ficar outra vez com vontade de ir à casa de banho, 10 minutos depois de lá ter estado.
Nota-se que a troika nunca teve noção disto, porque se tivesse, meus amigos, as únicas festas seriam o S. João e a da freguesia onde estão as caves britânicas de vinho do Porto. Mas o que realmente chateia nisto tudo, é a quantidade de rebentamentos a que estamos sujeitos praticamente todos os dias. Um casamento na Síria é uma brincadeira de crianças ao pé disto. Tanto que, os refugiados que vierem para o norte, ou falecem de stress pós-traumático ou passam a ser refugiados duplos. Tenho a certeza que à custa do distrito do Porto, a indústria da pólvora está a preparar-se para formar uma espécie de OPEP só para regular este novo mercado mundial português. Pergunto-me ainda, se existe algum tipo de transferência cerimonial entre freguesias, ao estilo da tocha olímpica, como o andor da Santa Festa ou o foguetinho do Armagedão?
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