O que não mata engorda... Era o que costumávamos ouvir. Agora a conversa mudou: tudo o que existe não só engorda, como também mata! E nem precisamos de ir tão longe, nem sequer perto dos temíveis enchidos assassinos.
Bom, o estado da arte diz-nos que o açúcar faz mal, as gorduras fazem mal, a carne faz mal, o arroz faz mal, o pão faz mal, as batatas fazem mal, a massa faz mal, o peixe faz mal, bolachas e bolos (mesmo aqueles feitos de vegetais) fazem mal, os próprios vegetais também fazem mal, as bebidas (mesmo as naturais) fazem mal, até a água faz mal senhores, a fruta faz mal, leite, iogurtes e queijos... fazem mal, os cereais... (adivinhem?) fazem mal, ervas aromáticas e especiarias fazem mal, comida de brincar feita de legos e/ou plasticina faz mal, o ar que respiramos também começa a fazer mal! Muito bem, então.. para conseguirmos sobreviver, vamos ficar-nos pelos adoçantes, que fazem mal, pelos ovos, que também fazem mal, pelas fibras, que começam a fazer mal, pela soja e pelo tofu, que para além de terem sabor de tecelagem, também fazem mal! Como pela alimentação não nos safamos, vamos optar pelo exercício físico exacerbado? Não! Porque também isso faz mal...
Depois desta conversa toda, temos 3 opções: 1) falecer; 2) sobreviver em estado vegetativo (atenção que o soro também deve fazer mal); 3) não acreditar no que os iluminados dos nutricionistas dizem..
Mas afinal que bêbados defendem tais ideais senhores? É isso mesmo... Javardolas que durante 3 anos misturaram neo-teorias com álcool (também faz mal!). Teorias essas, capazes de colocar em rigor mortis os poucos neurónios de desconfiança que um jogador de futebol metrossexual tem! A pergunta que faço é simples: ignorando o facto de serem teorias geradas por um recém nascido com 1 ano de vida, vamos acreditar na nossa avozinha que sobreviveu até aos 80 anos a comer merdas de carnes, enchidos, legumes, pão e laticínios, ou em treinadores de auto ajuda cuja tese de curso foi ilustrar o livro infantil Armagedãozinho Humano do Medina Carreira?
segunda-feira, 23 de novembro de 2015
sábado, 14 de novembro de 2015
Formas de comer
Comer, é a forma escolhida por muitos para fazer negócios ou conhecer pessoas. No entanto, é também a forma de muitas vezes revelarmos um pouco do pequeno monstrinho que temos dentro de nós... Vamos então analisar as diferentes formas de comer?
- O camião do lixo - aquele que considera que saborear é uma excentricidade! O que realmente interessa é assimilar o mais rapidamente possível os alimentos. Normalmente 2 garfadas são suficientes para ingerir uma refeição completa que incluí sopa e sobremesa. É óbvio que isto tem consequências para o organismo, há relatos de indivíduos que quase conseguiram chegar à Lua usando apenas os seus motores intestinais.
- O construtor Lego - aquele indivíduo que não gosta de determinadas peças alimentares e que vai construindo edificações no prato, com o objetivo de as exilar
- O cirurgião - a classe mais paciente e qualificada de comedores é sem dúvida nenhuma a daquelas pessoas que fazem a cadeira de cirurgião nos refeitórios e restaurantes. Quem é que nunca removeu cuidadosamente um folículo de salsa ou de cebolinho que insiste em dar gosto ao prato? Quem é que nunca selecionou aquele grãozinho de arroz mais saboroso ou aquela ervilha com melhor aspecto em detrimento do resto do arroz chau chau? Pois, nem eu, mas não me culpem, não percebo muito de medicina...
- A preguiça - na realidade a alcunha foi mal escolhida, pois a preguiça apenas demora 1h para ingerir uma bolota. Enquanto que estes indivíduos podem demorar 1 dia inteiro só para comer uma refeição, mais do que uma jibóia demora a empacotar um boi inteiro. Daí que normalmente estas pessoas ficam sempre a meio, são levadas a desistir pelos colegas vassoura ou pelos funcionários dos restaurantes...
- O vampiro - já por aqui falei do quão badalhocos os vampiros são, e alguns animais pensam mesmo que podem fazer como os vampiros. Usar o guardanapo é para meninos, já para não dizer que tem de se mostrar que se está a comer à grande! E que melhor forma de o fazer do que ter a região entre os lábios e as orelhas estampada com um quadro alimentar de pintura contemporânea?
- O pirata - normalmente forjados em povoações remotas de caçadores, e habituados a comer maçãs com navalhas, estes indivíduos não se preocupam com a probabilidade deveras alta de ficarem sem língua de cada vez que levam a faca embebida em algo delicioso à boca..
- O aristocrata - cada corte, cada garfada, cada deglutição, cada gesto, até a forma como pega nos talheres é minuciosamente e cuidadosamente pensada. Tal como um simples levantar do chão para um ginasta tem de ter elegância, também estes nobres consideram que o processo de enfardamento tem de ser arte. Portanto, para o comum mortal, comer com tal doutorado em bobonisse é sempre um choque colossal, lembrando-nos do quão míseros comedores somos..
- O babuíno - em contraste com o aristocrata, surge aquele hominídeo que ainda não sabe para que serve aquela coisa em forma de foice e a outra em forma de espada que acompanham um prato, e que nos obriga, no final da refeição, a mudar o toque de telemóvel associado à sua pessoa para música medieval...
domingo, 1 de novembro de 2015
Feministas fascistas?
Querido diário, ontem andei de avião e uma hospedeira embebida em cavalheirismo exacerbado, entregou em primeiro lugar o tabuleiro com a preciosa refeição aviónica, a uma senhora que estava no meio (numa fila de 3). Ora, segundo o artigo 42 da distribuição de itens em filas, o primeiro a receber é sempre o da ponta. Seguindo essa regra, a senhora, após alguns micro segundos de reflexão humana, iniciou o movimento de transferência dessa bandeja para a minha pessoa. E eu alegremente compactuei com tal crime, e estendi os braços. Contudo, e inesperadamente, a hospedeira ficou arreliada. Nesse momento, parei para refletir, e consultei a minha enciclopédia da National Geographic sobre comportamentos femininos. Tenho a certeza que consultei milhares de páginas várias vezes e não encontrei nada. Que mal fizera senhores? Aceitam-se apostas... Terá sido uma falha no sistema de controlo de menstruação? Terá a refeição sido preparada especialmente para aquela senhora? Estaria a violar a minha nutrição condicional? Vou dar um tempinho enquanto pensam...
E então? Já adivinharam?
Bom, quando ela exclamou de forma vil e autoritária "é para a senhora!", percebi logo. Tratava-se pois da violação do primeiro artigo da constituição do cavalheirismo, que dita que as senhoras devem ser sempre servidas em primeiro lugar. É óbvio que depois, ela obrigou a desgraçada da senhora a entrar numa prova de ginástica a fim de entregar o tabuleiro que me estava destinado.
Ora, tendo em conta que o cavalheirismo não é algo adquirido nem obrigatório, mas simplesmente uma simpatia opcional, esta situação pôs-me a pensar sr. diário: com que raio de animal estaria eu a lidar? Uma combatente revolucionária do feminismo? Ou uma mulher educada numa família monárquica de cavalheiros?
A segunda opção não é de certeza, porque se discriminasse um nobre daquela maneira era logo recambiada para a cozinha do palácio ou para a sacristia da igreja! A primeira opção implica a abolição do cavalheirismo, a fim dos direitos entre homens e mulheres passarem a ser os mesmos (neste momento, se é leitora, terá levado os dedos ao queixo...). Portanto, o raio da mulher seria o quê? Ao analisar cuidadosamente os seus pensamentos tive uma visão: ela gostaria de ver todos os vis portadores de pénis num campo de concentração, a serem chicoteados e obrigados a tricotar camisolas de natal! E percebi que se tratava de um novo movimento revolucionário: o femiscismo. Feminismo e fascismo num só, ou seja, espalhar ideias da superioridade do género feminino da forma mais pacífica possível! E o leitor, já se deparou com tais criaturas?
E então? Já adivinharam?
Bom, quando ela exclamou de forma vil e autoritária "é para a senhora!", percebi logo. Tratava-se pois da violação do primeiro artigo da constituição do cavalheirismo, que dita que as senhoras devem ser sempre servidas em primeiro lugar. É óbvio que depois, ela obrigou a desgraçada da senhora a entrar numa prova de ginástica a fim de entregar o tabuleiro que me estava destinado.
Ora, tendo em conta que o cavalheirismo não é algo adquirido nem obrigatório, mas simplesmente uma simpatia opcional, esta situação pôs-me a pensar sr. diário: com que raio de animal estaria eu a lidar? Uma combatente revolucionária do feminismo? Ou uma mulher educada numa família monárquica de cavalheiros?
A segunda opção não é de certeza, porque se discriminasse um nobre daquela maneira era logo recambiada para a cozinha do palácio ou para a sacristia da igreja! A primeira opção implica a abolição do cavalheirismo, a fim dos direitos entre homens e mulheres passarem a ser os mesmos (neste momento, se é leitora, terá levado os dedos ao queixo...). Portanto, o raio da mulher seria o quê? Ao analisar cuidadosamente os seus pensamentos tive uma visão: ela gostaria de ver todos os vis portadores de pénis num campo de concentração, a serem chicoteados e obrigados a tricotar camisolas de natal! E percebi que se tratava de um novo movimento revolucionário: o femiscismo. Feminismo e fascismo num só, ou seja, espalhar ideias da superioridade do género feminino da forma mais pacífica possível! E o leitor, já se deparou com tais criaturas?
Subscrever:
Mensagens (Atom)