CarlosaxCritical Sketches - 10 anos!

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sábado, 8 de janeiro de 2022

A (des)escola

Não, não falo da "escola da vida", que é um eufemismo para "inculto", mas bem poderia ser o caso, é verdade! Falo da escola que todos tivemos, mais conhecida como escolaridade obrigatória. Mas então, qual é o problema? Porquê desescola? Bem, porque às vezes parece que é pior a emenda que o soneto! Hein? Passo a explicar...

  • Deseducação física: todos sabemos como é um ginásio, certo? A pergunta que vos faço é: porque é que um ginásio não tem nada a ver com as salas onde praticávamos educação física? Naquela altura, alguém avistou um altere ou uma passadeira rolante? Alguém praticou musculação? Alguém praticou Crossfit? Não sei se o objetivo era dar a possibilidade a todos de manterem uma boa condição física gratuitamente ou tentar encontrar os próximos atletas olímpicos nacionais, mas uma coisa é certa: de um universo de dezenas de desportos selecionarem apenas 4 ou 5, não será certamente o caminho; a não ser que estejamos no Quénia e tenhamos de escolher entre Maratona e Maratona, claro. É como irmos a uma pastelaria com vontade de devorar um pastel de nata ou uma bola de berlim, mas só têm hóstia. Mas isso é um bolo? Bem, pode-se dizer que sim, só que é realmente aquilo que estão a pensar e que os padres e os beatos ingerem todos os domingos de manhã. E pronto, toda a pastelaria passa a resumir-se a hóstia! Não gostas de hóstia? Então não gostas de bolos! É uma dedução que mesmo quem ainda não teve Filosofia faria! E que eu fiz, porque, por acaso, não gostava de praticar nem basquetebol, nem futebol, nem voleibol, nem atletismo; esquisitices! Das duas uma: ou metem ginásios nas escolas, ou formam equipas desportivas escolares para vários desportos! Quem não gostaria de ter pertencido ao Chicco Team Cycling ou ao Bolinhas de Golfe ou ao Um Bongo Karting? Ah, mas desportos motorizados não são desportos e tal... reparem na primeira palavra: "desportos" motorizados... é preciso continuar? Aliás, por alguma razão a maioria dos atletas de elite vêm maioritariamente de atividades extracurriculares! Porque será?
  • (Ler) Português e Língua Estrangeira: Queremos aprender uma língua? Bora lá! Vamos fazer o quê? Ler! Pronto, está feito. Até amanhã! Isto é incrível porque grande parte dos nossos emigrantes nem sequer sabiam ler, nem sequer sabiam falar bem Português mas, por alguma razão, ao fim de pouco tempo, aprendiam a falar a língua do país que os acolhia. O quê? Deveras! Mas como, senhores? Então ler não é a única maneira de aprender uma língua? É bem possível que não... É como aprender a jogar futebol jogando FIFA ou PES, é possível, mas convém ir mais além... sei lá, como... falar! Onde estão os debates? Onde estão os clubes de jornalismo que fazem reportagens e documentários? Onde está o visionamento de filmes e teatro? E ouvir música? Sim, não aprendemos línguas só lendo, mas também vendo e ouvindo e visitando todo um mundo inteiro à nossa disposição! Mas acima de tudo, onde está o incentivo à criatividade? Como podemos saber se poderemos vir a ser escritores? Calma lá, nem tudo é mau, existe a composição! Pois existe, mas normalmente é para interpretar aquele livro que nos mandaram... ler(!)... e ainda por cima de literatura clássica, com pó cósmico e dejetos de meganeura a cobrir o texto! Se por acaso não tivesse arriscado ler outras coisas como, sei lá, literatura moderna, ainda hoje não leria nada! Não sei se sabem a definição de "escrever" mas basicamente consiste em inventar "cenas" e não falar do que querem que falemos, a não ser que estejamos a frequentar escrita criativa da União Soviética.
  • Educação Moral e (especialmente e definitivamente) RELIGIOSA: o único problema aqui é pura e simplesmente ser mais religiosa do que moral. Aliás, é ainda mais religiosa do que o próprio Vaticano e Jerusalém juntos, que pelo menos lá ainda há dramas e traições para apimentarem o dia-a-dia, já por cá, nada! Ora, se alguém for ateu ou agnóstico não frequentará a disciplina porque tem o carimbo da religião e pode nunca ser educado em moralidade, que é essencial se, por acaso, tiver como pais a Bonnie e o Clyde ou alguém que considera romântico uma refeição no McDrive, vestidos de streetwear à luz de YFones seguido de passeio à beira-esgoto de um bairro social qualquer. Quereremos educar cidadãos ou capangas? É que parece que estamos a educar diáconos ou testemunhas de Jeová, numa escola pública, de um país (alegadamente) laico!

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